Rapel atrai aventureiros e profissionais

No dia primeiro de setembro, um grupo de doze pessoas chamou a atenção de muita gente enquanto praticava rapel no bairro Alto da Boa Vista (Pacheco). O local do treinamento foi a grande caixa d’água, já desativada, construída no alto do morro.
Conduzidos pelos instrutores José Geraldo Conceição Costa e René Pedro da Silva Andrade, os alunos recebiam orientações e em seguida, acompanhados de um dos instrutores, subiam a escadaria de vinte e sete metros para desenvolver a prática do rapel urbano a partir de um dos pontos mais privilegiados da cidade de Ilhéus. O grupo era formado por integrantes de Ilhéus, Itabuna e Salvador - alguns deles agentes da CAERC (Cia. de Ações Especiais da Região Cacaueira) e da Polícia Militar - e efetuou várias descidas ao longo de toda a manhã. Um dos integrantes realizou sua primeira aula prática e desceu sentado, de maneira lenta e segura. Outros, já experientes, chegaram a descer de cabeça para baixo.
Esse esporte radical, assim como outros, exige equipamentos de segurança e bom preparo físico de seus praticantes, além da presença de, pelo menos, um instrutor especializado e experiente. Nesse grupo, os instrutores possuem mais de oito anos de experiência, cada um, e fazem parte do Corpo de Bombeiros de Ilhéus. Geraldo se especializou em salvamento em altura e em resgate em cavernas, trabalha para a agência de turismo de aventura Bicho do Mato e para o Grupo Arnes de Rapel, além de praticar canyoning (descida de cachoeiras através de uma corda). Como bombeiro, Geraldo recebeu treinamento especial por mais de seis meses e domina também as técnicas de resgate e primeiros-socorros.
Com relação à saúde e segurança, a recomendação principal do instrutor René é que o rapel seja praticado por um grupo mínimo de três pessoas e que sempre exista um instrutor especializado entre elas. A idade para iniciar esse tipo de atividade pode variar entre dez e doze anos, dependendo da maturidade da criança. René também recomenda que sejam feitos exames médicos periodicamente e um investimento inicial em equipamentos básicos como capacete, baudrier (cadeirinha), mosquetão, freio oito (peça metálica em forma de oito), luvas e cabos. Vale a pena também a aquisição de roupas e calçados especiais.
Além do rapel urbano, faz parte do roteiro de aulas práticas promovidas por Geraldo e René, tanto aos turistas quanto aos alunos do curso, o treinamento em pedreiras e na mata, que é complementado com a aprendizagem do manuseio de nós. A dica final é para os cuidados pessoais, pois dependendo do local e das condições do tempo é recomendado o uso de boné, repelente e protetor solar.
Para quem está em busca de prazer e emoção, a opção é entrar em contato com os instrutores através do telefone (073) 8825-5067 e conhecer melhor as cidades e a natureza do sul da Bahia.


Matéria publicada no jornal Foco Regional em 15/09/2006